Do You like book La Tregua (2001)?
He tenido la oportunidad (y suerte) de leer una gran cantidad de las novelas, poemas, guiones, canciones y demases del dramaturgo y novelista uruguayo. Sin embargo, su más notable y aclamada creación, La Tregua, nunca la había probado. Y mal por mi, porque demoré 19 años de mi vida en tomarla, cuando podían haber sido menos. No voy a poder escribir mucho sobre La Tregua por dos razones principales. Primero porque si pienso mucho en el libro, me pondré a llorar como una Magdalena (de nuevo), y segundo, porque de la novela de Benedetti, no se puede hablar mucho, aparte de que es frenéticamente majestuosa y pomposamente grandiosa.“Tengo la horrible sensación de que pasa el tiempo y no hago nada y nada acontece, y nada me conmueve hasta la raíz”Escrita como un diario personal, La Tregua relata un pequeño período de la vida de Martín Santomé, un hombre viudo de 49 años, clase media uruguaya, con una especial (por no decir mala) relación con sus tres hijos. Martín está esperando con ansias la llegada de su jubilación, ya que tras haber otorgado una gran parte de su vida al trabajo, siente que tiene que tener tiempo para el mismo. Sin embargo, la pacífica y apacible vida de Martín Santomé cambiará por completo cuando conozca a una jovial y fresca mujer llamada Laura. La mujer de 24 años es una de las personas que él tendrá a cargo en el trabajo de toda su vida, y poco a poco, Martín verá a Avellaneda (como él la hace llamar) con otros ojos. Con esto, veremos como Martín experimenta una serie de cosas que en sus cincuenta años, nunca había tenido la oportunidad de experimentar.“Ella me daba la mano y no hacía falta más. Me alcanzaba para sentir que era bien acogido. Más que besarla, más que acostarnos juntos, más que ninguna otra cosa, ella me daba la mano y eso era amor.” Con eventos totalmente rutinarios y ordinarios, como la casa, los hijos, el café cortado de los domingos, la oficina y el amor, Mario Benedetti se las arregla para hacer de un diario personal ajeno, una historia que llegará hasta lo más profundo de los lectores. Con un estilo simple pero complejo a la vez, con una dosis en partes iguales de penas y alegrías y con un amor poderoso, engorroso y diferente, La Tregua fue y será una experiencia única e irrepetible. Totalmente recomendable para los amantes de lo romántico, lo rutinario y la literatura latinoamericana.
—Mateo
Nostalgia, tristeza, como un largo tango, como un doloroso poema. Me cuesta en estos momentos describir La tregua, quizás porque me gustó mucho, porque me emocionó, porque me hizo llorar, y suelo perder la poca objetividad que tengo cuando una historia me emociona hasta las lágrimas.La tregua es una historia de amor entre Santomé, el narrador protagonista, un viudo de 49 años a punto de jubilar, y Avellaneda, una joven de 24 años que llega a trabajar como subalterna de Santomé. Santomé es un hombre maduro que tiene una relación difícil con sus tres hijos y se aferra con desesperación a su trabajo como único salvavidas a su dolorosa soledad. Aunque ha tenido algunos encontrones amorosos desde que enviudó, ninguno se asemeja al vuelco que le provoca conocer a Avellaneda. En un principio reacio a acercarse demasiado a ella por la diferencia de edad, pronto nace entre ellos una amistad sincera, en la que ambos se muestran directos y sensibles (Santomé, por ejemplo, le confiesa casi al principio que se siente atraído por ella). La relación se convertirá por supuesto en un romance, (view spoiler)[pero lejos de convertirse en una salida, el desenlace será trágico, acentuando la atmósfera de nostalgia que rezuma la novela (hide spoiler)]
—Jorge
Mario Benedetti (1920 – 2009), um escritor uruguaio que publicou uma fasta obra literária como romancista, poeta, contista, ensaísta, na crítica literária, nos guiões cinematográficos e nas letras de canções, e que no seu livro “A Trégua” nos “apresenta” Martin Santomé, um homem com 49 anos que se encontra numa encruzilhada. Um livro “tipicamente” masculino para um público “masculino”? Para mim e para os leitores “A Trégua” é um romance escrito na forma de um diário, mas para o Martin Santomé este livro é o “seu” diário”. No início refere a possibilidade de “Escrever? Talvez não o fizesse mal, pelo menos as pessoas costumam apreciar as minhas cartas. E com isso? Imagino uma notinha bibliográfica sobre os “plausíveis valores deste novo autor que raia os cinquenta” e essa mera possibilidade repugna-me.” (Pág. 5)E Martin Santomé “dá-se” a conhecer “É como se me dividisse em dois seres diferentes, contraditórios, independentes, um que sabe o seu trabalho de cor, que domina ao máximo as suas variantes e subterfúgios, que está sempre certo do chão que pisa e outro, sonhador e febril, frustradamente apaixonado, um tipo triste que, porém, teve, tem e terá vocação para a alegria, um distraído a quem não importa por onde corre a pluma nem o que é que escreve a tinta azul que, passados oito meses, ficará negra.” (Pág. 7)Enfim, um homem viúvo, com três filhos, que faz uma auto-reflexão sobre si, sobre o seu quotidiano, sobre as suas rotinas, inclusive, um dia um bêbado estranho, diz-lhe “Sabes o que se passa contigo? Não vais a lado nenhum”. (Pág. 10)Um homem amargurado com o passado e com as memórias do “seu” passado, mas, igualmente, desiludido com o presente e angustiado pelo “seu” futuro.“Na minha história privada não existiram mudanças irracionais ou viragens insólitas e repentinas. O mais insólito foi a morte de Isabel. Residirá nessa morte a chave verdadeira daquilo que eu considero a minha frustração? Não creio. Mais ainda, quanto mais me investigo a mim próprio, mais me convenço de que esta morte jovem foi uma desgraça…” (Pág. 38)“O inteiro mecanismo dos meus sentimentos deteve-se há vinte anos, quando Isabel morreu. Primeiro, foi dor, depois, indiferença, mais tarde liberdade e, ultimamente tédio. Oh, durante todas estas etapas, o sexo continuou activo. Mas a minha técnica foi picotar.” (Pág. 51) É nesta reflexão, onde a cumplicidade e os segredos partilhados, na presença ou na ausência das pessoas que amamos, delimitados por fragmentos da vida e do tempo, que nos damos conta, através do Martin Santomé, dos nossos “próprios” comportamentos e das nossas “próprias” atitudes, como se nos estivéssemos a ver ao espelho, ora de uma forma “límpida”, como um reflexo com contornos bem definidos, ora de uma forma “enevoada”, como um reflexo com contornos mal definidos.Uma vivência resignada em que o dia-a-dia de Martin vai evoluindo, numa monotonia angustiante; até que “aparece” Laura Avellaneda, “uma mulherzinha que me atrai, que me alegra de uma forma absurda o coração, que me conquista.” (Pág. 98/99) E é na juventude e na jovialidade de Laura que Martin vai fazendo as inevitáveis comparações com Isabel, outros tempos, outras memórias; mas é, essencialmente, as comparações com o seu corpo, o seu envelhecimento, que o desanimam, “… a mim importa-me, importa-me reconhecer-me como um fantasma da minha juventude, como uma caricatura de mim próprio. Talvez haja uma compensação: a minha cabeça, o meu coração, enfim, eu como ente espiritual, talvez seja hoje um pouco melhor do que nos dias e nas noites da Isabel. Apenas um pouco melhor, também não convém iludirmo-nos demasiado.” (Pág. 103)"Porque será que o que é verdadeiro é sempre, um bocado piroso? Os pensamentos servem para edificar o digno sem escusa, o estóico sem claudicação, o equilíbrio sem reservas, mas as escusas, as claudicações, as reservas, estão escondidas na realidade e, quando lá chegamos, desarmam-nos, enfraquecem-nos. Quanto mais dignos forem os propósitos a cumprir, mais ridículos parecem os propósitos incumpridos." (Pág. 148)Nessa evolução espiritual Martin revela uma profunda ligação à religião e à religiosidade, fazendo por inúmeras vezes, em vários contextos, uma reflexão sobre Deus e sobre o destino, “É evidente que Deus me concedeu um destino obscuro. Nem sequer cruel. Simplesmente obscuro. É evidente que me concedeu uma trégua. A princípio, resisti a acreditar que isso pudesse ser a felicidade. Resisti com todas as minhas forças, depois dei-me por vencido e acreditei. Porém, não era a felicidade, era apenas uma trégua. Agora estou outra vez metido no meu destino. E é mais obscuro do que antes, muito mais.” (Pág. 163)Mas Martin, numa determinada circunstância, a revelação de que o seu filho “Jaime é maricas”, num puritanismo unilateral, um pensamento retrógrado, que acaba por denotar o seu lado mais “obscuro”.E depois há o amor que se revela em toda a sua amplitude no seu diário na Segunda-Feira 3 de Fevereiro “Ela dava-me a mão e não era preciso mais nada. Bastava-me para sentir que era bem recebido. Mais do que beijá-la, mais do que deitarmo-nos juntos, mais do que qualquer outra coisa, ela dava-me a mão e isso era amor.” (Pág. 157)Muito, muito bom…
—João Carlos