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The Tremor Of Forgery (1994)

The Tremor of Forgery (1994)

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3.84 of 5 Votes: 1
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ISBN
0871132583 (ISBN13: 9780871132581)
Language
English
Publisher
atlantic monthly press

About book The Tremor Of Forgery (1994)

"E o que está certo e errado, supunha Ingham, é aquilo que as pessoas que nos rodeiam dizem que é.(...) as pessoas vivem segundo um código moral, no qual lhes tinha sido ensinado a acreditar desde pequenos. (...) Até que ponto se manterá, até que ponto se poderá actuar segundo ele, se não for o mesmo código daqueles que nos rodeiam?"Howard Ingham, um escritor divorciado cujos ganhos lhe permitem ter uma vida simples sem preocupações monetárias, encontra-se na Tunísia para realizar um projecto com o seu amigo John Castlewood. Este pediu a sua participação na produção de um argumento de um filme de baixo orçamento que irá realizar. A acção passa-se na Tunísia e por essa razão, Ingham viaja para lá a fim de conhecer o meio, as pessoas e a cultura. No entanto, o produtor do filme, que ficou de se encontrar lá com ele, não aparece no dia combinado nem lhe responde às cartas. O mesmo acontece com Ina, a sua namorada que ficou em Nova Iorque a trabalhar. Também ela não lhe dá qualquer notícia. Os dias vão passando devagar e Ingham acaba por aceitar este silêncio. Faz a sua vida normalmente: escreve, vai à praia e conduz até outras cidades. E assim é o início de uma série de acontecimentos estranhos que irão atravessar o caminho de Ingham e que o farão debater-se sobre o que está certo e o que está errado, de modo a poder agir da forma que ele acha a mais acertada na sociedade em que se encontra enquadrado.Apesar de já ter lido alguns livros desta autora, ela continua a conseguir surpreender-me. A sua escrita é brilhante e perturbadora. Traição, mentiras e segredos são apenas alguns dos temas, comuns em todas as obras da autora, que vemos abordados neste thriller psicológico.Uma vez mais somos confrontados com o crime da falsificação. Quem leu a série Ripley, lembra-se certamente que este tinha, com um sócio, um negócio de falsificação de quadros de um pintor que já tinha morrido, mas que eles fingiam que estava vivo, para continuarem a falsificar e a vender o seu trabalho. Em "O Falsário Indeciso" é a personagem principal do romance de Ingham quem faz os desvios de dinheiro: investindo-o e dando-o a amigos, para abrirem negócios ou ajudarem as suas famílias. Aliás, o título "O Falsário Indeciso" foi escolhido, por Ingham, para a obra se encontra a escrever.O tema da homossexualidade volta também a ser retratado. Eu, pessoalmente, gosto imenso de ver este tema a ser abordado, uma vez que me fascina imenso sentir o à vontade desta autora, que nasceu a 19 de Janeiro de 1921. Em 1952 ela publicou um livro com esta temática, o Preço do Sal. O livro é sobre uma história de amor entre uma jovem e uma mulher mais velha, que se está a divorciar e já tem filha. E um dos primeiros livros, com esta temática, em que as personagens principais têm um final feliz. Até esta altura as personagens homossexuais tinham sempre um final trágico, como se a sua orientação sexual fosse algo de tão errado, que mereciam e deviam ser castigadas por isso. Eu acredito que nós amamos, independentemente do sexo da pessoa. O amor existe sob todas as formas e é por isso mesmo que é um sentimento tão excepcional.A sua personagem mais famosa, Tom Ripley era também bissexual. No livro “O Falsário Indeciso", Ingham conhece duas pessoas que vão acompanhar o seu percurso ao longo do livro: Francis Adams, um americano viúvo e Anders Jensen, um pintor dinamarquês homossexual, que vive com o seu adorado cão Hasso. As relações entre as personagens são um detalhe importante do método de escrita de Highsmith. À medida que vamos conhecendo Howard Ingham, começamos a compreender os seus verdadeiros sentimentos. A ex-mulher, por quem afirma ainda sentir saudades, apenas lhe era útil na cama, segundo diz. Ina, a actual namorada, que diz amar e com quem deseja casar, acaba por se revelar insignificante. Tão insignificante, que quando lhe confessa que o traiu, este pensa que até o desaparecimento do cão - Hasso - é mais horrível que a confissão dela. Quanto ao seu vizinho Adam, o americano que faz propaganda americana para a Rússia via rádio, compara-o frequentemente a um esquilo, devido ao seu sorriso trocista. Admite que a sua simpatia é genuína, e convive com ele várias vezes, no entanto o seu desdém, tanto pelo seu físico, como pelo seu intelecto, é evidenciado com bastante clareza. Este fala constantemente do "O nosso estilo de vida" (isto é, o estilo de via americano). Está sempre a pregá-lo: a bondade, a santidade e a democracia irão, segundo ele, salvar o Homem e o mundo. Ingham não acredita no que Adams defende. O que está claramente errado para ele, não é assim tão linear para o nosso herói. O dinamarquês Jensen é com quem Ingham mais simpatiza. No momento em que o seu cão Hasso desaparece, Ingham sente vontade de estar com ele e de o consolar. Mais tarde, é a este que faz as suas confidências.Howard vê-se mais inclinado a acreditar nos ideais de Jensen, talvez porque lhe é mais conveniente. Mas no fundo, é uma pessoa que sente perdida e confusa, num mundo que não é apenas preto e branco, onde também existe o cinzento, que é onde ele se encontra.Um outro fio condutor da história é a descrição do povo árabe, por parte das personagens. No meu entender, a autora deixa transparecer o seu desdém pelos árabes, criticando o seu comportamento e atitudes, não apontando nenhuma característica minimamente positiva. Quando alguma coisa é roubada a culpa é dos árabes. Quando o cão Hasso desaparece a culpa é dos árabes. Todas as personagens sentem o mesmo relativamente a este povo e cultura, em menor ou maior grau. A verdade é que ninguém simpatiza com eles. Eu mesma dei por mim a apreciar as conversas em que os árabes são gozados. Mais uma vez está presente a noção de moral única da autora. Será isto correcto ou errado?A mestre do suspense literário faz sempre introduções lentas às suas histórias. Demora o seu tempo a introduzir as personagens e a descrever o meio envolvente para que o leitor os possa conhecer melhor. Para mim, a sua escrita pode mesmo ser descrita com hipnótica. O seu herói/criminoso, Howard Ingham, tal como todas as suas personagens que conheci anteriormente, tem uma personalidade muito complexa e é dotado de uma perturbação psicológica profunda. Mesmo depois do produtor do filme não ir ao seu encontro, Ingham continua a fazer o seu trabalho, continua a escrever o seu romance mesmo sabendo que o filme não irá ser produzido. A sua história é sobre um homem chamado Dennison que tem uma vida dupla, que não tem consciência da amoralidade da sua forma de viver. Por um lado, ele rouba e engana pessoas, mas por outro ajuda aqueles que mais necessitam. Mas o que torna tudo isto interessante e genial é o facto desta descrição assentar que nem uma luva à personagem principal de Patricia Highsmith. E, quem sabe, talvez se aplique também à própria autora.Ao longo deste livro somos confrontados com os mistérios humanos que levam alguém a cometer um crime. Neste caso em particular, trata-se de um crime por impulso. Ingham vê-se encurralado numa situação complicada e o medo leva-o a agir instintivamente. Patricia Highsmith foge à estrutura tradicional do romance policial a que estamos habituados. Um dos aspectos que mais se destaca, para mim, é a inexistência da noção de justiça nos seus livros. As suas personagens principais são sempre criminosas e, normalmente, instáveis. Indivíduos que não se encaixam na sociedade a que chamamos "normal". E acredito mesmo que estas estranhas personagens, produto da sua imaginação obscura, são nada mais do que versões da própria autora. No entanto, apesar das suas más escolhas e comportamento criminoso, estas nunca são castigadas. Muito pelo contrário.Para finalizar, quero apenas dizer que gostava muito que fosse possível ter conhecido pessoalmente esta autora. Tenho a certeza que a sua mente era tão obscura como a das suas personagens e o seu sentido de moral único. A sua personalidade era, certamente, inconstante, complexa e contraditória pois só isso poderá ter tornado possível a criação das suas obras extraordinárias. Sinto que conheci um pouco desta mulher, de talento inato, e estou grata por isso. Se Alfred Hitchcock - na minha opinião, o melhor realizador de todos os tempos, também ele descrito como mestre do suspense, dotado de um génio sem igual - viu talento na Patricia Highsmith, quem pode duvidar da qualidade da escrita desta autora? De qualquer maneira, se não fosse escritora, seria, certamente uma assassina.“My New Year’s Eve Toast: to all the devils, lusts, passions, greeds, envies, loves, hates, strange desires, enemies ghostly and real, the army of memories, with which I do battle — may they never give me peace.” (Patricia Highsmith, 26 anos, Passagem de Ano de 1947, 2:30h)

The Tremor of Forgery is the first novel by Patricia Highsmith that I have ever read. It was this year’s main ‘holiday book’, taken with me to Tunisia for no better reason than it is set in Tunisia. I chose it, in other words, for precisely the same reason that I took Agatha Christie’s Death on the Nile to Egypt last year. Setting out on a review here is beset with uncertainty, a little like going on safari without a guide, a map or a compass. I simply have no landmarks, no basis for comparison. I certainly know of Highsmith’s work, her reputation as a writer of thrillers and crime stories, through film adaptations of novels like Strangers on a Train and The Talented Mr Ripley, but as commendable as these may be they are little better than palimpsests. The Tremor of Forgery is a simple, subtle and altogether deceptive piece of work, a trap for the unwary, for those beguiled by surfaces. As I read it the impressions crowded in. I had no Highsmith to compare with Highsmith. What I had instead was Albert Camus’ The Stranger and Paul Bowles' Let it Come Down, novels that also happen to be set in North Africa, the latter in Morocco and the former in Algeria, Tunisia’s neighbours in the Maghreb. But there is more than mere geography here. All of these books deal with displacement, alienation and moral ambiguity; all, if you like, are about Strangers on a Plain!I simply loved The Tremor of Forgery, loved the author’s limpid prose style, loved the way she handled her themes, loved the psychological insight. This is no mere writer of crime fiction; this is an author on a far higher plain than poor old, dear old Agatha Christie. Her sense of place and time is perfect. She seems to understand Tunisia, though I have no idea if she has ever been there. She certainly understands the experience of living in an alien culture, the challenges this presents to the moral lumber and sense of certainty that the outsider brings along with the luggage.The main outsider here, the narrator, is Howard Ingham, an American writer who comes to Tunisia to work on a screenplay. His story unravels against the background of the Six Day War between the Arabs and Israelis. Though this has no direct impact on Ingham, it creates an underlying mood of anti-Western hostility that may or may not have had an impact on Anders Jensen, a Danish artist and homosexual that Ingham befriends. Incidentally, as a small aside here, Highsmith, in Ingham’s correspondence, preserves the rather quaint antique dating convention whereby the last two numbers of the year are substituted with a dash. So we have June 8, 19 – Hey, but we already know this is 1967! The Tremor of Forgery creates a tremulous mood right from the outset. Ingham is alone in a strange land. There is no word from home, either from John Castlewood, the film director who is supposed to be joining him in Tunisia, or from Ina, his girlfriend and possible future wife, in New York. Increasingly apprehensive, he decides to work on a new novel, which concerns a morally ambiguous banker. The ambiguity here is heightened by the fact that Ingham selects The Tremor of Forgery as a working title, only to discard it! As time passes – still no word from the States despite increasingly desperate pleas – he makes friends with two wholly contrasting fellow expats – Jensen, whom I have already mentioned, and Francis Adams, another American. Jensen hates the Arabs, though paradoxically he has gone native, living in a seedy Arab neighbourhood in the seaside town of Hammamet. More than that, in going native he has taken on the moral ambiguity of his surroundings, where life and death are matters of indifference. Adams is a contrast in every way. A rather absurd character, he is a Rock of Gibraltar so far as Western and American standards of morality are concerned. Pompous and possibly delusional, he broadcasts a weekly talk show to the Soviet Union, a secret he confides to his new friend. The content is so laughably self-righteous that Ingham accords him the nickname of OWL – Our Way of Life. Bit by bit Ingham’s own standards are corrupted, a reflection in real life of the action in his evolving novel, the elliptical story within the story. He grows closer to Jensen, his most important confidante, more important than the distant Ina, who remains distant even when she eventually appears on the scene. The heart of the mystery is a death, or is not a death – we simply never know! Ingham absorbs a lot of Jensen’s distrust of the Arabs, one Arab in particular, a notorious thief. This Arab may, or may not, have attempted to break into Ingham’s hotel bungalow in the dark. In guarding against the intruder Ingham reaches for the only weapon to hand, his typewriter, which he throws, hitting his target, possibly killing him, or possibly not killing him. All we know, all Ingham ever knows, is that after a scream, a fall and a scuffle in the dark, there is nobody and no body. The Arab in question simply disappears, no questions asked.This is the core of this clever little book, as intense as a medieval morality tale, with modern existential and psychological overtones, made all the more intriguing by an ever present sense of threat. Ingham tells Jensen. What does it matter?, he responds; nobody cares. It matters, says Adams. He suspects that Ingham has had a part in the Arab’s fate, or is failing to tell the whole story. Drawn between the one pole and the other, Ingham begins to question who and what he is, who and what he has become. Do not look for resolutions here: there are none. When Ina appears, briefed by Adams, she puts pressure on Ingham to confess the whole truth, though there is really no whole truth to confess. She comes draped in conventional religious morality, though there are clear overtones of hypocrisy here, particularly in the relationship she may have had with the movie director, who has since committed suicide, a relationship that is never fully revealed.I was so impressed by The Tremor of Forgery, not at all what I expected, far more than a simple crime thriller. I was all the more impressed reading it in situ, aware of the ambiguity of my surroundings, aware that this was a place where certainties may be no more solid than the mirages I saw in the great salt lake of Chott el Jerid. This is a beautifully unsettling story, that, if properly read, may very well lead you to question what Ingham questions; to question who and what we are. Unlike Strangers on a Train or The Talented Mr Ripley, this is a book that is unlikely ever to be made into a movie. It’s far too realistic for that.

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"The Sea of Doubt" is the title of this book in Italian, which, in my opinion, should've been its original title. Why? Howard is an interesting character in crisis to read about until he starts constantly changing his mind as to whether or not he loves Ina. Besides, after chapter 20, I started to feel a bit bored, like Jensen, everytime Abdullah's murder came up. I understand that Abdullah's murder is "the excuse" to address the moral issues in the book, but since such murder was more like an accident, I couldn't help thinking "let it go and move on!" whenever they went back to it. In the end, the only character I ended up liking was Jensen. OWL's preaching, along with Ina's hypocrisy, couldn't be more annoying and easy to dislike. However, the book atmosphere is hypnotizing and enthralling, and I loved reading it even though much wasn't happening in some chapters. I can understand why Graham Greene and The New Yorker considered this to be Highsmith's finest novel, but she's written better books filled with aprehension, suspense and existentialism issues such as "The Talented Mr. Ripley" and "Strangers on a Train". The political, religious, moral and even sex issues addressed in this book make it worth reading, but I would've liked more depth about them. I'd define this book as an existentialist travelogue, because the descriptions of what it's like to be in Tunisia are very thorough. All in all, and despite the unexpected but disappointing ending, it's worth reading, specially if you're a Highsmith's fan. If you've never read Highsmith, don't start with this one, because it's certainly not a "mystery and suspense" book.
—Daniel Gamboa

Nobody writes liars like Patricia Highsmith. There is a touch of Raskolnikov in every Highsmith protagonist, which means that, ironically, her antagonists are the characters who are trying to uncover the truth. In other words, Highsmith's novels are the exact opposite of detective novels - they are stories about evading detection. In this novel, Howard Ingham, a writer, is sent to Tunisia to work on a screenplay, but the film project falls through when the director kills himself in Howard's New York apartment because he has fallen in love with Howard's girlfriend. With no screenplay to write, Howard turns his attention to finishing a new novel about an embezzler with a heart of gold. In the meantime, Howard befriends two very different expatriates: Francis Adams, a staunch anti-communist, pro-American evangelist with a patriotic radio show; and Anders Jensen, a queer Danish painter who has mixed up for himself a cocktail lifestyle that is two parts beatnik and one part French existentialist. One night, Howard makes a fateful decision with life-or-death consequences for a local Arab and he chooses the dishonest way out, a move that Jensen supports but Adams rejects. To protect himself from the consequences of his rash act, Howard must lie to Adams, but Adams doesn't believe him; in fact, he only presses further. When Howard's girlfriend Ina arrives from New York, Howard finds himself lying vainly to her too. Howard justifies his moral pathology in geographical terms - he behaves as if the rules are different in Africa. In the end, he comes clean to Ina, which results in his realizing he must give her up, and then, in a typically Highsmithian way, he is rewarded with a second chance to be with his ex-wife. Further, the crime of which he was suspected is never substantiated; its consequences evaporate as soon as Howard boards a plane out of Tunisia. It's a dark but beautifully written novel about apprehension in the face of foreign culture - a perfect companion to Paul Bowles' The Sheltering Sky (1949) and Graham Greene's The Quiet American (1955).
—Kenneth

A wonderful vacation read. Set in Tunisia in the mid 60s, American Howard Ingham is writing a novel about a morally ambiguous character, developing morally ambiguous relationships with expats and natives and longing for a word from his current love. Dark elements of the world he is inhabiting jut out glaringly from time to time as the ever eager hotel boys seek to create a smooth veneer of order. Something happens--we aren't sure what, even Howard is not sure what--but a tone of foreboding unfolds in its aftermath. This is all told with the polish of classic film noir, with shifting motives and a smart girl from New York lasering in on the unspoken. Masterful!
—Suzanne

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