“Quem sofre busca comunicar seu sofrimento – seja maltratando, seja provocando a piedade – a fim de diminuí-lo, e assim realmente o diminui. Aquele que está completamente por baixo, que ninguém lamenta, que não tem o poder de maltratar ninguém (se não tem filho ou criatura que o ame), seu sofrimento permanece nele e o envenena. É algo imperioso como a gravidade. Como livrar-se disso? Como livrar-se do que é como a gravidade?”tEsse trecho de “A gravidade e a graça” de Simone Weil está desenvolvido plenamente nesta triste e bem contada história, protagonizada pelo menino Maciek, e sua família e a Polônia durante a segunda Guerra Mundial.tFoi uma época de loucura e raiva coletiva com cargas monstruosas e constantes de ódio disseminado. Como todos nós hoje já estamos informados, insistentemente apenas informados.ttComo se livrar do sofrimento vivido na infância por aquele menino judeu, loiro de olhos azuis, e sem nenhum traço denunciador de sua origem? Ele precisou tomar emprestado várias identidades; chegando ao ponto de não saber exatamente qual era a sua verdadeira? Ele não conseguiu outra forma senão, agora adulto, escrevendo este livro. A história exibe também a impossibilidade de haver uma comunhão pacífica e perene entre as diferentes religiões concebidas homem. Principalmente aquela que divide os judeus e os cristãos. Setenta anos depois, temos notícias hoje, ontem, de atividades antissemitas na velha Europa (França, Bélgica e Alemanha). Após a dissidência original jamais haverá a possibilidade de perdão aos judeus pelos católicos, e vice-versa como exaustivamente mostra George Steiner em seus ensaios. tA minha infância, como a dele, foi original, eu a perdi também, e posso assegurar que de alguma maneira os sentimentos que deveria viver na infância, ficaram guardados para serem exibidos e, (por que não?) vividos bem mais tarde, não em forma de livro, mas pelo riso e por alguma leveza. O riso ficou guardado interiormente e se soltou mais tarde em outras ocasiões, até impróprias para a minha idade. tOutro menino, Tião, nascido em uma família que vivia no “Lixão” no ‘Jardim Gramacho’ em Duque de Caxias, baixada fluminense, só tomou conhecimento deste fato depois de crescido, até então o menino se divertia como qualquer outro, aquele monturo era a sua Disneylândia, não sabia o significado daqueles urubus que conviviam com ele, muito menos daquela faina com restos, plásticos e detritos que separava. Escolhia o que talvez possuísse utilidade e pudesse render alguma grana para a sobrevivência. tE são essas histórias que você lerá neste livro. A infância de um menino que viveu em uma época de ódio absoluto e vingança exterminante de uns contra os outros. E ele se livrou do sofrimento contando para nós, os outros que fomos espectadores dessa dor imensa e sobre- humana. Não há mais a ser escrito. Há sim o que ser lido e depois ficará como uma tatuagem mental daquela realidade em cada um de nós. Indescritível. “Este mundo visível é apenas uma imagem do invisível.”
WARTIME LIES. (1991). Louis Begley. ***.tThis first novel by this author of “About Schmidt,” tells the story of a small town in “T”, Poland, just prior to and during WW II. It focuses on the plight of the Jews there as the Nazis take over. Maciek was a young boy when we first meet him. He is being raised by his father and his aunt, Tania. Tania, according to Jewish tradition, should have married her sister’s husband when she died giving birth to Macied, but she chose not to do so – even though she provides most of the help in raising the boy. These three live at the apartment of their grandfather in T, somewhere near Warsaw. The story follows the increasing hardships imposed on the Jews by the Nazis – and, even, by non-Jewish Poles. Their daily life is one of finding enough food to eat and hiding away from the Germans who are constantly trying to kill off all the Jews in Poland. The lies referred to in the title include almost everything they present to the outside world in order to survive. Times were horrifying for Jews in Poland, and this book tries to get this across without invoking the ovens of Auschwitz or other concentration camps in that region, although we are made aware that the camps are the final destination of the Jews. The characters, however, never really seem to come alive. It’s like watching the performance of a Shakespeare play put on by a junior high school class, where the students have no idea of what’s going on. We know that the main characters are focused on staying alive, but they are to busy scheming to do so to let us have a peek at who they really are. The novel was named one of the Best Ten Novels of the Year by the New York Times when it was published. It must have been a slow year for fiction.
Do You like book Wartime Lies (1997)?
It is essential to always remember what human beings have done and can do to each other. Cruelty and a lust for violence may or may not be innate, but in a time of fear, in a culture of survival, compassion is the rarest of human traits. These are important lessons, but they can overwhelm you if you immerse yourself in them for too long.Which is why Wartime Lies, like The Painted Bird, is a gripping, harrowing book that I will never read again.One more thing to consider is the contrast between this book and Suite Francaise. Was there a natural contrast between the experiences of the Poles and the French in the wake of the German invasions? Undoubtedly, yes. Yet Wartime Lies, as The Painted Bird before it, was much more savage. Of course Suite Francaise was never completed, so I suppose the argument is futile.
—Curt
The story of a young Jewish Polish boy and his aunt trying to survive WWII and evade the Nazis. It is apparently largely autobiographical (though it was Begley's---not then called Begley) mother and not an aunt who protected him. I am curious as to why he did not write this as a memoir, though I am guessing it suited Begley not to have to make everything "true" and accurate. It is difficult to believe this is the same writer who wrote the "About Schmidt" series about a wealthy antisemitic man in the Hamptons.
—Jgknobler
This is an extraordinary book about the human condition. It deals with the holocaust obliquely, through the filter of memory, childhood and absence. It brings the thing home, through the window, in a single amazing paragraph of great impact. The child of the story is not an innocent but neither is he completely aware. The complete absence of judgement from the narrative only emphasizes the fragility of justice itself, in addition to the fragility of the central characters. The manner in which the narrative can shift from a scene of partial normality to one of shocking cruelty emphasizes the danger of the situation. It is a powerful work that reconstitutes the way one sees things.
—Frank O'connor