About book The History Of The Siege Of Lisbon (2015)
História do Cerco de Portugal não era um livro de Saramago que contasse ler. Pelo menos, não para já. Mas como pretendo ler todos (ou quase todos) os livros que José Saramago escreveu e este livro era o único que ainda não tinha lido que estava disponível na livraria onde foi comprado, acabou por ser algo indiferente. Mas não estava com particular vontade de o ler, talvez pela sua temática, e a verdade é que agora penso que talvez não tenha sido a melhor das ideias.Raimundo Silva é um revisor tipográfico e encontra-se a rever uma obra de carácter histórico sobre a história do cerco de Lisboa, que foi o primeiro cerco comandado por D. Afonso Henriques. Quando chega à parte em que o autor escreveu que o exército de cruzados aceita o convite de D. Afonso Henriques para o ajudarem a conquistar Lisboa aos mouros, o revisor acrescenta um "não"; Raimundo Silva reescreve, assim, a história, passando os cruzados a não aceitarem o dito convite. Alguns dias mais tarde, o seu "erro" descoberto, uma nova funcionária da editora desafia Raimundo a escrever a sua versão da história do cerco de Lisboa, aquela em que os cruzados não ajudaram as tropas de D. Afonso Henriques a conquistar a cidade. E é assim que acompanhamos o revisor Raimundo Silva na sua missão de reescrever a história do cerco da cidade de Lisboa, enquanto vemos as mudanças que essa missão vai trazer à sua monótona vida.O início foi algo confuso e bastante aborrecido. A linguagem utilizada não é propriamente a mais corrente, o que torna a história pesada e difícil de ler. Há quem diga que a escrita de Saramago é difícil de ler, que a escassa existência de pontuação complica a leitura; para mim o difícil neste livro prendeu-se com a linguagem demasiado rebuscada que foi utilizada. Custou-me, por isso mesmo, a entrar na história. Até porque reparei que não era capaz de ler por muito tempo; uma ou duas páginas eram suficientes para me cansar.A partir do momento em que o acto de Raimundo é descoberto, a história começa a ficar mais interessante, mas, infelizmente, não o suficiente. A história de Raimundo, no tempo actual, mistura-se com a do cerco de Lisboa naquele Verão de 1147 e estamos a ler, num momento, sobre um passeio de Raimundo pela cidade, para, a seguir, sermos testemunhas dos eventos passados na mesma cidade, mas cerca de oito séculos antes.Para ser sincera, este livro irritou-me um bocado, coisa rara num livro de Saramago. Sempre achei que o autor tinha uma certa tendência para o devaneio; começa a escrever uma coisa e, porque palavra puxa palavra, quando damos por nós, já estamos a ler sobre outro assunto. Notei isto em todos os livros de Saramago que li e nunca me fez impressão, bem pelo contrário. Na História do Cerco de Lisboa fez-me revirar os olhos, suspirar, ficar impaciente. É que, neste livro, esses devaneios soaram-me a "palha", pareceu-me (e isto é a minha impressão, atenção) que estavam a encher a história. O livro tem 348 páginas e pareceu-me muito mais longo. Senti que podia ser um pouco mais curto, até porque a história que nele se conta não tem assim tanto que se lhe diga. Mais uma vez, a minha opinião. É que, bolas!, isto é a história de um homem, um revisor, que, durante a revisão final de um livro, decide acrescentar um "não" onde esse "não" não existia. É descoberto (e entre escrever o dito "não" e ser descoberto ainda acontecem algumas coisas que sinceramente não me consigo recordar) e desafiado a escrever a sua própria versão da mesma história contada no livro que reviu. Passeia por Lisboa e até se apaixona, coisa que nunca tinha acontecido na sua vidinha. E no meio disto tudo a história do cerco de Liaboa, em versão Raimundo Silva, vai-se desenrolando. Só que eu fiquei a pensar que tudo se embrulhava, tal como comida que se mastiga, e mastiga, e mastiga, mas que custa a engolir. Senti que há coisas, detalhes, que estavam a mais, fazendo com que a história avançasse a passo lento e se tornasse maçuda. Ao ponto de estar a ler e começar a pensar noutras coisas, não me conseguindo focar na história (e daí já não me lembrar de certas coisas que li).O único ponto positivo que consigo retirar desta leitura é mesmo a escrita de Saramago. Há descrições maravilhosas, diálogos inteligentes; aspectos que gosto muito quando leio livros deste autor. Mas achei a história chata no geral, talvez por não achar grande piada ao tema, e a relação de Raimundo com Maria Sara não me convenceu totalmente (embora forneça alguns dos melhores momentos deste livro), talvez por ter achado o seu começo algo abrupto.São 2.5 estrelas, arredondadas para três, porque não consegui gostar do livro, ao princípio não estava a perceber nada (o primeiro capítulo é um bocado confuso), a história não me entusiasmou em nenhum momento e as personagens foram-me indiferentes. Vale pela escrita maravilhosa de Saramago e, para mim, é só.
Before we begin, I must confess that José Saramago is one of my favorite authors. His creativity, social critiques, and pseudo-realism in works like Blindness, The Stone Raft, and All the Names leave spellbinding memories etched in my brain. With Saramago’s recent passing, I felt it necessary to finally read his Nobel Prize winning book, The History of the Siege of Lisbon.Characteristic of Saramago’s work, The History of the Siege of Lisbon contains long flowing sentences with little punctuation. Where a period would usually suffice, Saramago inserts a comma; where quotation marks typically reside, he deletes them. With these characteristics in mind, the book requires a close reading.The History of the Siege of Lisbon follows a lonely proof-reader named Raimundo Silva through his secluded lifestyle within the remarkable metropolis of Lisbon. Raimundo’s only friends seem to be reference books on grammar and his only hobby is to correct the thoughts of others. One day while Raimundo edits a book detailing the history of the siege of Lisbon, he decides to create instead of edit. Where the book once reminded us that the crusaders came to the aid of the Portuguese in the war against the Moors, Raimundo’s newly revised edition concludes that the crusaders most certainly did not heed the call to help their Portuguese brethren. A simple “no” not only alters the course of history, it also modifies his relationship with his publishing house. Ultimately, Raimundo’s talent is the only thing that keeps him from unemployment.The turmoil generated by a proofreader’s decision to create instead of edit brings Raimundo some unlikely benefit: the publishing house hires a lovely woman named Maria Sara to proofread the proofreaders. As the narrative expands, Raimundo and Maria’s relationship slowly turns from professional to something slightly more romantic. Raimundo’s brazen attempt to alter a historical fact intrigues Maria and one day she encourages him to finish the history of the siege of Lisbon with the changed premise regarding the crusaders. What follows is a masterfully blended tale of both Raimundo and Maria’s relationship and the relationship of characters developed in the revised history book Raimundo writes at the request of Maria Sara.“The two roses in the vase are standing in water from which they draw nourishment, it is true that they do not last long, but relatively speaking, neither do we” (285).The History of the Siege of Lisbon is ultimately a book about life, death, and the relationships that keep us going. Years pass on a clock and years pass on a face, but the more important part of life is the relationship you have with the people around you, the joy of having a second rose in the vase.As mentioned before, The History of the Siege of Lisbon is a challenging read. José Saramago’s unique style coupled with a story told in two dimensions requires an astute eye. However, persistence pays off with this book as the whole is greater than the sum of its parts. I wholeheartedly recommend this book to anyone who is willing to work through the challenging syntax in order to see the narrative as a whole. However, if you are new to José Saramago, I urge you to start with a more popular work such as Blindness.Review originally posted at wherepenmeetspaper.blogspot.com
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قصة حصار لشبونة مع ساراماغو أكون قد قرأت مئة كتاب لهذا العام، وأنجزت التحدي القرائي لـ 2014، طبعاً لا يعني هذا أنني سأجلس بلا قراءات فيما بقي من العام، بالعكس الرقم مرشح للزيادة، لأن القراءة بالنسبة لي ليست تحدياً سنوياً وإنما هي ممارسة يومية، تملأ روحي وقلبي وعقلي بهجة ولذة. اخترت ساراماغو لأني أردت ختاماً يليق بعام قرائي حافل ومثير، قرأت فيه عناوين كانت تنتظر منذ زمن، ولم يخيبني النوبلي البرتغالي، فقدم رواية يمتزج فيها التاريخ – سقوط لشبونة بيد البرتغاليين وتأسيس البرتغال بعد طرد المسلمين منها - بالواقع - من خلال مصحح يعمل على مخطوطة تتحدث عن حصار لشبونة يقرر أن يعيد كتابة التاريخ انطلاقاً من تغيير طفيف، كلمة واحدة - وكذلك بالحب - من خلال علاقة المصحح بامرأة يتعرف عليها وتنمو علاقتهما سريعاً -. الرواية رغم أسلوب ساراماغو المميز وطريقته المرهقة في الكتابة، إلا أنها تبدو مختلفة نوعاً ما، مختلفة عن ما قرأته لساراماغو حتى الآن، ففي حين تتشابه العمى والطوف الحجري، تبدو هذه الرواية أقرب لرواية (كل الأسماء).
—Fahad
Ho scoperto Saramago grazie al GdL dicembrino del gruppo Letteratura Postmoderna. Lo so, sono in terribile ritardo, ma utilizzando una forma proverbiale (che tanto piace a questo scrittore portoghese)... meglio tardi che mai!È un autore pregiato, versatile, riflessivo, mordace. La mia parte preferita sono i dialoghi serratissimi tra Raimundo e Maria Sara. Stilisticamente parlando, la scena del loro primo rapporto è di una delicatezza e di una passionalità allo stesso tempo pazzesche. Raramente ho letto scene così emozionanti.Lo scrittore per me è promosso a pieni di voti, la trama mi ha appassionato un po' meno. Per quanto ami i romanzi storici, devo dire che il filone narrativo dell'assedio di Lisbona mi ha leggermente annoiata. È un aggettivo forte e probabilmente ingiusto, ma più volte mi è capitato di interrompere la lettura quando Raimundo iniziava a raccontare le gesta belliche del passato. Mi sono chiesta come mai e sono quasi sicura di aver rintracciato il motivo; ebbene, preferisco il Saramago sceneggiatore e filosofo. Ho adorato le battute, le introspezioni, le perle di saggezza.In ogni caso, un romanzo ucronico che merita assolutamente di essere letto.
—Eva Luna
My favorite of Saramago's novels is The History of the Siege of Lisbon in which Raimundo Silva, a proofreader assigned to correct a book entitled The History of Siege of Lisbon by his publishing house, decides to alter the meaning of a crucial sentence by inserting the word "not" in the text, so that the book now claims that the Crusaders did not come to the aid of the Portuguese king in taking Lisbon from the Moors. After doing this he is inexplicably encouraged by his supervisor, Maria Sara, to rewrite the entire history of the siege. From this kernel the novel develops into a complex meditation on the meaning of both history and words as well as a romance and parable of life under authoritarian rule. Another major theme is Saramago's appreciation of the Reconquista, a central element in the history of Portugal as well as Spain, of which the conquest or re-conquest of Lisbon by Christians and its transformation into the capital of Portugal is a key event. Saramago's prose style does take some extra effort to adjust to with long paragraphs and serpentine sentences, but it is worth the effort and, like Faulkner and others with difficult prose styles, repays the reader who perseveres. While I have not read all of Saramago's novels this one stands out among those I have read as his best. I have also read and enjoyed Blindness and All the Names.
—James