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My Invented Country: A Nostalgic Journey Through Chile (2003)

My Invented Country: A Nostalgic Journey Through Chile (2003)

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Genre
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3.8 of 5 Votes: 4
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ISBN
006054564X (ISBN13: 9780060545642)
Language
English
Publisher
harpertorch

About book My Invented Country: A Nostalgic Journey Through Chile (2003)

Neste livro, em vez de nos levar pela ficção com base em histórias da sua infância ou do seu país, Isabel Allende leva-nos mesmo pela história real da sua infância e do seu país, o Chile.Ler O meu país inventado ensina-nos mais sobre um país que, para os portugueses, está lá longe e não é relevante na escola. E, ao mesmo tempo, deixa-nos entrar na vida desta autora, que de uma forma muito honesta faz aqui uma análise de costumes.A forma como Isabel fala dos chilenos deixa-nos um sorriso pronto. Por vezes, é preciso mesmo conter o riso, porque os seus relatos quase parecem caricaturas. Ao mesmo tempo, os chilenos têm muito dos espanhóis…e nós, portugueses, temos muito em comum com os nossos vizinhos também. Por isso foi inevitável tecer comparações com o meu povo enquanto lia, com Portugal. E claro que as comparações me levavam ao mesmo sorriso, ao riso, à certeza de que mesmo com um oceano pelo meio, há povos que são muito iguais em pequenas coisas.Isabel fala-nos da ditadura que se viveu no Chile, recordando um nome que ouvi em pequena mas cujo dono não me ficou na memória. A forma como fala levemente de coisas sérias permite que se continue a ler o livro quase como se fosse mais uma das suas histórias, mas a dor de que Isabel fala é real, e isso passa para o leitor também. Conta-nos a sua vida desde que se lembra até aos dias de hoje. Embora ela afirme que um dos seus grandes defeitos é exagerar no que conta, a verdade é que ao ler nada parece mais do que memórias. São as memórias da autora, que surgem de rajada às vezes, umas despertam outras, e seguimos a vida da autora com alguma cronologia mas pensamentos dispersos.Ler O meu país inventado é saber mais sobre Pinochet, sobre a diferença entre os que emigram e os exilados, é olhar o povo chileno com outros olhos, descobrir como vivem as mulheres nesse país, ainda tão machista, mas que elegeu mulheres para presidentes. É ler o que a autora escreveu na altura e comparar com o que sabemos hoje, com o que evoluiu com os anos (e já lá vão alguns anos) e com o que ainda se verifica realidade. É um livro de costumes e de crítica à sociedade, às manias de um povo. É uma gargalhada com o incómodo que a autora pode ser para a família, exatamente porque adora contar todos os segredos desta. É uma lição sobre como a vida muda num instante, como ser fatalista não ajuda, como sorrir é a melhor maneira de levar cada dia.Nesta maratona pelos livros da autora, é impossível não ficar fã assumida. Dela, e das suas histórias.Deixo umas passagens engraçadas, para espicaçar a curiosidade:“Suponhamos que o leitor desmaia à porta do hipermercado. Em qualquer outro país chamam uma ambulância, menos no Chile, onde o levantam seguro por vários voluntários, o levam pelo ar para trás do balcão, lhe borrifam a cara com água fria e lhe metem aguardente pela goela abaixo, para que espevite; depois obrigam-no a engolir umas pílulas que uma qualquer senhora tira da carteira, porque «tenho uma amiga que costuma ter ataques e este remédio é ótimo». Haverá um coro de especialistas que diagnosticarão o seu estado em linguagem clínica, porque todo o cidadão com dois dedos de testa sabe muito de medicina. Um dos peritos dirá, por exemplo, que o leitor sofreu obturação de uma válvula no cérebro, mas haverá outro que suspeita de uma dupla torção dos pulmões e um terceiro a dizer que o seu pâncreas rebentou. Em poucos minutos haverá uma gritaria à sua volta e chegará alguém que foi à farmácia comprar penicilina para o injetar, pelo sim pelo não. Em suma, se o leitor for estrangeiro, o melhor conselho que lhe posso dar é que não desmaie num hipermercado chileno; pode ser uma experiência mortal.”“A percentagem da população que o aplaudia não o fez só por medo; os chilenos gostam do autoritarismo. Acreditaram que os militares iam «limpar» o país. «Acabou a delinquência, não há muros pintados com grafitti, tudo está limpo e graças ao toque de recolher os maridos chegam cedo a casa», disse-me uma amiga. Para ela isso compensava a perda dos direitos cívicos, porque essa perda não a tocava diretamente; tinha sorte: nenhum dos seus filhos fora despedido do trabalho sem indemnização ou fora preso.”“Comparando aquela experiência de exílio com a minha atual condição de imigrante, vejo quão diferente é o estado de espírito. No primeiro caso sai-se à força, fugitivo ou expulso, e sentimo-nos como uma vítima a quem roubaram metade da vida; no segundo caso sai-se à aventura, por decisão própria, sentindo-nos donos do nosso destino. O exilado olha para o passado, lambendo as feridas; o imigrante olha para o futuro, disposto a aproveitar as oportunidades ao seu alcance.”“Willie tinha dois divórcios às costas e um rosário de namoros de que mal se lembrava, vivia sozinho há oito anos, a sua vida era um desastre e ainda esperava a loira alta dos seus sonhos, quando apareci eu. Mal olhou para baixo e me descobriu sobre o desenho da carpete, informei-o de que na minha juventude eu tinha sido uma loira alta, com o que consegui captar a sua atenção. O que me atraiu nele? Adivinhei que era uma pessoa forte, dessas que caem de joelhos mas voltam a pôr-se de pé. Era diferente do chileno médio: não se queixava, não culpava os outros dos seus problemas, assumia o seu karma, não andava à procura de uma mamã e era evidente que não precisava de uma gueixa que lhe levasse o pequeno-almoço à cama e à noite pusesse numa cadeira a sua roupa para o dia seguinte. Não pertencia à escola dos espartanos, como o meu avô, porque era óbvio que gozava a sua vida, mas tinha a sua mesma solidez estoica. Além disso viajara muito, o que é sempre atraente para nós chilenos, gente insular. Aos 20 anos deu a volta ao mundo à boleia e a dormir em cemitérios, porque, segundo me explicou, são muito seguros: ninguém entra neles de noite. Estivera exposto a diferentes culturas, tinha vistas largas e era tolerante e curioso. Ainda por cima falava espanhol com sotaque de bandido mexicano e tinha tatuagens. No Chile só os delinquentes se tatuam, pelo que me pareceu muito sexy. Conseguia pedir comida em francês, italiano e português, sabia mastigar umas palavras em russo, tagalo, japonês e mandarim. Anos depois descobri que as inventava, mas já era tarde. Conseguia mesmo falar inglês na rigorosa medida em que um norte-americano consegue dominar a língua de Shakespeare.Arranjámos maneira de estar juntos dois dias, após o que tive de continuar a minha viagem, mas no termo da mesma decidi voltar e passar uma semana em São Francisco, a ver se o tirava da cabeça. Esta é uma atitude muito chilena, qualquer compatriota minha teria feito o mesmo. Há dois aspetos em que nós chilenas somos ferozmente decididas: na defesa das nossas crias e quando se trata de apanhar um homem. Temos o instinto do ninho muito desenvolvido, não nos basta uma aventura amorosa, queremos formar um lar e se possível ter filhos, que horror! Ao ver-me chegar a sua casa sem convite, Willie, tomado de pânico, tentou fugir, mas ele não é um competidor à minha altura. Passei-lhe uma rasteira e caí-lhe em cima como um lutador de luta livre. Finalmente aceitou de má vontade que eu era o mais próximo de uma loira alta que podia arranjar e casámo-nos. Estávamos em 1987.”Segue-se mais uma review a outro livro da autora, que isto foi uma maratona a sério :p

This was one of the few Isabel Allende’s books I hadn’t read, at this point (I’m still missing a few, though). I wasn’t particularly interested, considering that this is non-fiction and I didn’t use to read much non-fiction back in the day (a lot has changed since then, I guess). So, I picked this up at my aunt’s and gave it a read.It’s fun how I live in the same country, but everything is completely different for me. Well, not everything, but a lot has changed since the 60s. There are a few things that basically remain the same. Some of her comments about Chilean character and society hold true.It’s hard to classify this book. It’s a bit memoir and a bit essay. She’s basically talking about how she sees her (our) home country. And I find it very interesting how she reflects on how being Chilean has defined her character in one way or another. She talks about how Chileans don’t like talking too loud and order everything in diminutives (agüíta, cafecito), which is something that’s very ours. She links it with what she seems to think of as an inferiority complex on our part. Or how we don’t like to show off. She analyzes all that and tries to reconcile it with her own identity.That is also interesting, because Allende also makes a point of showing how different she is from Chilean society. I guess that that’s something everyone does from time to time. We see a lot of stuff we don’t like, and desperately want to show that we’re not like that. If someone says Chileans are “classist”, they immediately follow by saying that they are no, of course. Or make a comment on how obsessed Chileans are with last names and the schools people went to (seriously, it’s usually one of the first things you get asked by anyone you meet), but they don’t really care.Allende does this all the time, showing herself as a rebellious and unconventional woman (I don’t doubt that she is, of course). She has a critical outcome on our society, and calls out hypocrisy and how fake are some standards.Allende’s Chile is also very different from mine. I was brought up in a small town, born after the dictatorship and so on. Her Chile is Santiago’s upper class, in the middle of the 20th century. That makes for a completely different Chile for both of us. My only criticism is that the book seems to assume something like “Santiago is Chile” (NOT), and it shows a narrow view of what Chile actually is. Of course, it’s understandable because it’s about Allende’s memoirs, so trying to show the whole of Chile isn’t the scope of this book.Allende’s style is engaging and entertaining, so I enjoyed this book. It’s an interesting view of my own country that showed me how different can be my perspective from others, even if we’re talking about the same country. If you’re curious about Chile’s recent history, it’s an interesting source (not really historical, but shows a contemporary perspective).

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'Palabra a palabra he creado la persona que soy y el país inventado donde vivo'. 'Esta tendencia a transformar la realidad, a inventar la memoria'.Full of anecdotes and simplistic explanations of the character and history of Chilean people. I think I would have hated this book, if it wasn't for the fact that I can relate with anyone without a country, a homeland. Foreigners, immigrants, people in exile (political or metaphorical) - I feel I'm one of them and I can understand their lack of belonging. When you don't belong anywhere, and you only belong to your own 'pais inventado' - the country you've created with the experiences, people and circumstances you've met…
—Laura

I wasn't sure what to expect from My Invented Country as I'm pretty sure I've not yet read any of Isabel Allende's novels. What I got was gently nostalgic reminiscences of her childhood and adolescence, sprinkled with witty and sharp observations of not only Chile, but also Allende's adopted countries since the 1970s, primarily Venezuela and the USA, and the contrasts between them. I knew little, also, of Chile other than the name of Pinochet so was fascinated to learn insignificant details of daily life and the national culture, pre-Pinochet. Allende's love for the natural landscape comes across continually thoughout her memoir and she makes it sound like a fabulous country to tour. Could we get our caravan across the Atacama Desert do you think?Allende's starting points for many of her reminiscences are members of her eccentric extended family, all of whom she admits are perfect fodder for a writer! I was irritated by abrupt stops where she would indicate that a tale had already been included in a novel so she 'wouldn't repeat it here'. Now I have to go and buy some of the novels too! I am very tempted by her first, House Of Spirits, now though, especially as I learned how it came about.Allende's criticisms of present-day Chile, its rampant commercialism and ostentatious shows of personal wealth were disappointing to read as perhaps now it is just becoming like everywhere else. This sentence:'Freedom consists of having many brand names to choose from when you go out to buy on credit' was striking and made me wonder if I have missed Chile as an individual country, perhaps it is more prevalent in Santiago. The divisions post-dictatorship are also saddening to read and I was interested by Allende's reasons for now living in the USA, a country which did so much to damage her beloved Chile.Overall, My Invented Country is a diverting memoir, quite light overall and with a such meandering pace that sometimes I wondered where we were going to end up. However it has sparked an interest for me to discover both more of Allende's writing and more about Chile itself.
—Stephanie

بلدي المخترع تعجبني هذه الكاتبة، دخلت بالنسبة لي منذ قرأت روايتها (ابنة الحظ) نادي كبار الروائيين والذي كانت تفزعني ذكوريته حينها – نعم لازلت أسميه نادي كبار الروائيين رغم وجود أنثى داخله، فقط لأنني أحب وقع الاسم ولا أريد تغييره -، ايزابيل الليندي تكتب بأسلوب خاص جداً، مميز، يمكنك أن تتعرف عليه حتى ولو قرأت كتبها بلا غلاف، إنها تتمدد في النص، تخلطه بذاتها بحيث أنها لا تحتاج إلى رص اسمها إلى جانب العنوان. وكعادة ايزابيل عندما تكتب، فهي تكتب عن ذاتها أولاً، قبل أن تكتب عن الموضوع، والموضوع هنا هو بلدها المخترع كما تصفه، البلد الذي يبدو كمزحة حقيقية على الخارطة، ضيق جداً وممتد طولاً بلا عرض، إنه أحد البلدان التي يسهل عليك أن تنساها، أو تتجاهلها دائماً، إن من وضعه على خارطتي أولاً كان ويا للعجب المنتخب التشيلي، أو بالأحرى نجما المنتخب التشيلي في كأس العالم 1998 م (إيفان زامورانو) و(مارتشيلو سالاس)، ثم جاءت بعد سنوات ايزابيل لتمنح تشيلي هوية وخلوداً، إنه قدر البلدان الصغيرة التي يكفي أديب واحد، لتخلد وليعشقها محبو هذا الأديب، إنها بيرو يوسا، وألبانيا كاداريه، بينما تتعملق دول أخرى على الخريطة ولكنها في خارطتك منكمشة كغطاء قارورة.تشرح الليندي كيف جاءتها فكرة الكتاب، كيف نبتت من سؤالين، أحدهما من حفيدها والآخر من شاب مجهول في ندوة، وأظن أن كل القراء مثلي سيجدون صعوبة في ربط السؤالين واستخراج تشيلي منهما، ولكن هل على الكاتب أن يعبأ بكيف تقفز عليه الفكرة كبابون نشط؟ إن الكاتب يتلقف الفكرة بامتنان كافٍ، يتعمق عندما يكتبها بافتتان، وهذا ما تفعله ايزابيل دائماً. هكذا نمضي بين السطور والفصول نتعرف على تشيلي والتشيليين، لا كما نتعرف عليهم في كتاب رحلات معقم، حيث كل الصور نظيفة، تعكس شواطئ وغابات التقطتها كاميرات عالية الجودة، وحيث الوجوه بكامل صحتها وجمالها، ولها ابتسامة أوسع من باب قلعة، لا، إن ايزابيل تأخذنا إلى المنازل الضيقة، إلى الأحياء القديمة، حيث يمكن لنا أن نسمع شتائم الجارات، وضجيج الأطباق في منزل لم يأتي العشاء فيه كما يجب، إن الروائي معني بمدينة الناس، لا بالمدينة كمكان، فلذا ستأخذنا ايزابيل إلى عائلتها وماضيها التشيلي الذي تخلت عنه بعد انقلاب 11 سبتمبر 1973 م، عندما قتل عمها الرئيس سلفادور الليندي، واستولى العسكر على السلطة وحولوا البلد الديمقراطي إلى ثكنة عسكرية، يختفي الناس من شوارعها ليموتوا في الأقبية والسجون تحت التعذيب. إنها رحلة نتعرف فيها على المرأة التشيلية التي قهقهت كثيراً عندما وجدت أنها توصف بين التشيليين بالملكة، وهي الصفة التي تقدم للمرأة باليمين تمهيداً لسلبها كل شيء باليسار، كما نتعرف على الدين في تشيلي والخرافات والأرواح التي نعرفها جيداً من روايات ايزابيل، وقليل من السياسة وخاصة عن الجنرال بينوشيه. كتاب جميل جداً، مرهف، أضمه إلى كتابيها (باولا) و(حصيلة الأيام) لتكون لدينا ثلاثية حميمية جداً، لا يمكن أن تقرئها من دون أن تغرم بهذه التشيلية الغريبة الأطوار التي لا تزال تصر أن أرواح أسلافها موجودة حولها، حتى وهي بعيداً في كاليفورنيا متزوجة من أمريكي، وتلف العالم كأديبة محبوبة.
—Fahad

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